sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Convite a sentar e tomar algo...


...bem sei que falta a presença humana e algo que tomar sobre as mesas, mas o convite é precisamente a quem não está e como tal o pedido continua por concretizar! ;) 

Entretanto conversemos ou pelo menos e sem qualquer obrigatoriedade de quem quer que seja me escutar/ler a partir daqui, no caso converso eu que sinto necessidade de o fazer, desde logo para dizer que em circunstâncias ditas normais, com base na foto exposta ficar-me-ia pela respectiva legenda imediatamente acima. Mas dado que desapareci repentinamente durante cerca duma semana sem mais, subsequentemente é-me no "mínimo" suscitado acrescentar:

Claro que eu só tenho necessidade de dizer/escrever isto, porque tenho já aqui uma pequena e mas excelente comunidade de seguidora/es que muito prezo e com que ao menos em alguns casos criei uma espécie de amigável afinidade, pois caso contrário eu iria e viria por maiores ou menores intervalos de tempo sem necessidade de explicar minimamente o porquê de estar ou de me ausentar. 

Além de que a minha ultima ausência, de praticamente uma semana, enquanto tal não muito longa mas tão pouco muito curta, neste último caso em especial se perante e para com precisamente algumas das pessoas com quem já criei algum nível de afinidade e como tal de existencial compromisso virtual, devo dizer que foi uma ausência de fundamento algo complexo de explicar, em sequência do que por concreto exemplo nas últimas semanas escrevi várias dezenas de páginas, enquanto algo acerca do que não consigo falar em poucas palavras. Além ainda de que tudo isto faz parte integrante duma minha base existencial de fundo, em sequência da que inclusive comecei originalmente a escrever acto espontâneo há mais de duas décadas e em sequência do que escrevi milhares de páginas, muitas delas manuscritas e em muitos respectivos casos já não existentes. Pelo que por exemplo qualquer resumida tentativa que fiz de vos falar grosso modo e o mais resumidamente possível tão só a respeito da minha ultima ausência daqui redundou sempre e como mínimo em mais de duas páginas A4, sem jamais terminar de ficar satisfeito, até por enquanto baseado essencialmente em mim por mim mesmo. Salvo que ontem Quinta-feira 05 surgiu algo que me suscitou escrever ao respeito, mais uma vez duma forma não necessariamente resumida _ como constatável, mas ao menos dentro dum contexto, por assim dizer mais balizadamente enquadrado no meio envolvente, aquém e além da minha unilateral perspectiva própria ao respeito, sem mais. Sendo que falar ou escrever acerca de nós mesmo nunca é muito fácil ou se acaso sequer devida e imparcialmente objectivo, mesmo que e/ou até porque eu seja um senão feroz, pelo menos um muito significativo auto critico de mim mesmo. O que contrabalança qualquer minha semi-objectiva ou subjectiva tendência de falar ou escrever em meu unilateral favor, aquém e além do que diga a minha vida prática e concreta do dia-a-dia.

De entre o que antes de entrar nesse contextual e por assim dizer balizado enquadramento que ontem surgiu, vou genericamente explicitar o mais imediato motivo desta minha última ausência, que foi o facto de com culminação no passado Domingo eu ter andado nas ultimas semanas a funcionar ao menos em parte por abnegado/desapaixonado abandono a solicitações externas, o que por si só coincide pouco ou nada com a minha presença aqui, dado que esta depende da minha expressão fotográfica e/ou escrita, que em qualquer dos casos coincide mais com minha interessada/apaixonada entrega à vida. Sendo que até pró subsistentemente, duma ou doutra forma eu até consigo encontrar e sustentar algum equilíbrio prático de entre uma coisa e outra: abnegado abandono e interessada entrega. Até porque por exemplo a minha expressão escrita deriva essencialmente dum meu longo processo de auto gestão pessoal e existencial próprio/a que faço desde há décadas, por assim dizer de entre o mais genérico paradoxo existencial e mas no caso concreto de entre a minha tendência de abnegado/desapaixonado abandono por exemplo a solicitações externas e/ou a imposições superiores, como meu princípio sociocultural a partir duma base existencial prática bastante humilde e/ou mesmo obediente; versos a não menos minha tendência de interessada/apaixonada entrega à vida, neste caso por minha primordial e inata natureza pessoal, humana e vital própria. Mas também dai que por vezes e em determinados casos se me torne, ao menos momentânea e circunstancialmente difícil ou mesmo impossível encontrar e contrabalançar auto gestionados equilíbrios práticos, como designadamente expressivos de entre uma coisas e outra, a exemplo do que sucedeu nos últimos dias. Restando-me, nestes últimos casos mais difíceis, reflectir e contemplar auto gestionadamente ao respeito e na sequência, normalmente a um nível de maior quietude e silêncio possível, por assim dizer a um nível mais austeramente monástico/eremítico do que do que expansivamente interactivo/expressivo. Também por isso muito difícil falar ao respeito em poucas palavras e as espaços mesmo em absoluto. Como dalgum modo me sucedeu na última semana e até ao presente momento.

Mas eis senão quando precisa e curiosamente, como que por magia da própria vida, na noite imediatamente anterior (ontem Quinta-feira 05 para hoje Sexta-feira 06) assisti a uma reportagem televisiva acerca das imensas riquezas arqueológicas nacionais, quer em águas territoriais próprias quer em águas internacionais a nível global, em qualquer dos casos com ditas riquezas arqueológicas abandonadas pelo próprio Estado; sendo que nem mesmo quando arqueólogos/exploradores internacionais procuram envolver/interessar o Estado português nos achados e respectivas recuperações arqueológicas alusivas a Portugal, isso parece surtir grandes resultados práticos por parte das diversas administrações do Estado nacional; como seja que está uma imensa riqueza arqueológica de origem nacional já recuperada por entidades nacionalmente externas, como por exemplo em Omã e/ou na Nabia, sem concreta participação ou substancial interesse nacional, além de muitas outras riquezas equivalentes identificadas e ainda por recuperar quer em águas nacionais quer em águas internacionais, mas sempre e em qualquer dos casos com o Estado português a mostra-se prática e essencialmente desinteressado. Isto quando parece que os vizinhos espanhóis reclamam os achados arqueológicos com origem em Espanha ou em barcos espanhóis afundados ao redor do mundo, inclusive recuperando Espanha os seus próprios tesouros arqueológicos em águas internacionais e portuguesas em concreto, com alguma dessas recuperações até derivada de batalhadas jurídicas vencidas em tribunal, como sucedeu nos EUA em sequência dum tesouro arqueológico de origem espanhola extraído e desfrutado por entidades extra Estado espanhol. Como seja que a oficial atitude Nacional portuguesa, no caso concreto é a dum nunca melhor dito: abnegado/desapaixonado abandono. Como seja que quando eu mesmo ando há dias com aguda e mesmo desanimada auto noção do meu abnegado/desapaixonado abandono próprio, de repente senti um forte sentido de pertença, inclusive a toda uma nação, confesso mesmo que nas circunstâncias em causa senti-me e enquanto tal sinto-me um: Bom Português! Mesmo que tudo isso não necessariamente pelos melhores motivos, que inclusive no seu global conjunto me leve a concluir que da minha unilateral parte serei mais um bom influenciável sob o genérico e/ou oficial espírito envolvente do que um bom e bem caracterizado autónomo.

De qualquer modo estou ao menos momentaneamente de volta a esta minha expressão escrita e também fotográfica, que em qualquer dos casos e mas em especial este último caso é essencialmente derivado de e para com minha interessada/apaixonada entrega à vida. De entre o que a foto acima foi feita no passado Domingo, dia de votos, numa sequência em que se eu tivesse saído de casa apenas para votar seguramente não o faria. Pelo que quando numa circunstancial conjugação existencial de entre mim e o meio envolvente em que acabei por precisamente numa base de abnegado/desapaixonado abandono me ter comprometido no explicito apoio a uma eleitoral candidatura político-partidária, enquanto algo que tem pouco ou mesmo nada que ver comigo, até porque tenho-me e auto assumo-me a mim mesmo como alguém suficientemente complexo e multifacetado, como para ter unilaterais simpatias ideológicas e menos ainda meramente partidárias. Pelo que ter de ir votar nesta base e sequência pressupôs para mim uma contrariedade própria para com a que tive de arranjar uma auto justificação para tão só sair de casa, que na circunstancia e não estando absolutamente pré programado, essa auto justificação foi sair para fotografar e então sim de passagem pelo local de voto que dista escassa centena e meia de metros de minha casa, exercer o correspondente direito de voto, dito democrático. Cujo o global efeito de tudo isso em mim, me levou a ausentar-me daqui devido a meu significativo sentimento de descaracterização própria dai derivada; apenas com ressalva para o facto de que quando acedi a prestar explicito e mas também abnegado/desapaixonado apoio a uma eleitoral candidatura político-partidária, foi num momento e numa conjuntura em que da minha parte e à altura me sentia significativamente inútil de mim para mim mesmo, coincidindo por exemplo isso com uma fase em que postei aqui um foto e respectivo texto sob titulação "Estado de espírito", aludindo dalgum modo a esse meu sentimento de inutilidade de e para comigo mesmo. Coincidindo isso dalgum modo ainda com o momento em que quando a poucas horas, por si só na imediata noite anterior a fechar o prazo para formalização legal das candidaturas políticas às eleições autárquicas, tanto mais se na minha região só havendo duas candidaturas possíveis, em que mesmo após e como até então incontornável norma em mim eu ter negado explicito ou absoluto apoio a essa ou a qualquer outra candidatura, quando esse apoio me foi solicitado, no entanto já depois e autonomamente por mim mesmo me ofereci como apoiante da mesma; o que só posso ou consigo explicar desde logo de e para mim mesmo como uma semi-objectiva e intuitiva forma de me provocar uma auto gestionada reacção face ao meu sentimento de auto inutilidade própria naquele momento, além de que se enquanto sendo útil a algo ou alguém mais, desde que esse algo ou alguém social e legitimamente aceite como tal, eu terminasse sentindo-me minimamente útil a mim mesmo. O que não deixou de se cumprir, pois que nos dias e semanas imediatas a eu prestar esse explicito apoio a uma candidatura político-partidária, ainda que na condição de eu não participar em campanhas eleitorais ou em qualquer outras iniciativas relacionadas, o facto é que contextualmente o meu processo de auto gestão inerente até se agudizou e aprofundou a ponto de me ter lavado a escrever dezenas de páginas relacionadas com o contexto em causa ou em directa sequência do mesmo. Sendo que o próprio acto de escrever nasceu originalmente e prevalece continuamente em mim, como uma espécie de pró vital, sanitária ou subsistente ponte de entre os diversos factores subjacentes ao próprio e primordial paradoxo existencial, no meu caso pessoal muito traduzido de entre as minhas vertentes de por um lado abnegado/desapaixonado abandono e por outro lado interessada/apaixonada entrega à vida. 

Ainda que no próprio dia do voto em si mesmo e mas em especial por determinadas circunstancias subjacentes ao mesmo que não vou descrever agora aqui, tanto mais se em associação ou dissociação a todo o meu global desencontro com a dimensão político-partidária modo geral, enquanto determinadas circunstancias essas que não terminei ainda e que de resto suponho levarei indefinido tempo a digerir, tão só ir votar e nas circunstancias em causa foi algo que me custou muito para além do que eu poderia supor, desde logo quando por circunstancial antecipação me havia predisposto a prestar explicito apoio a uma candidatura político-partidária. Como resumidamente seja que apesar de e/ou até por tudo fui exercer o direito de voto, em mínima coerência com o facto de ter prestado explicito apoio a uma das candidaturas político-partidárias a votos, mas de forma altamente contrariada de e para comigo mesmo. Ou seja ainda que paguei caro o facto de ter auto violado um meu princípio existencial próprio, inclusive derivado do meu longo e incompatível processo de auto gestão pessoal e existencial próprio/a, que era e é o princípio de manter distancia face a meros compromissos ideológicos, em especial se num unilateral sentido partidário, independentemente da sua original base ideológica de fundo. De entre o que salve-se então o facto de que de momento e quase uma semana após, estou de regresso aqui como uma minha mais interessada/apaixonada entrega à vida, tendo por base uma foto que resultou de eu ter saído de casa para votar, ainda que só se justificando fazê-lo, ao menos de mim para mim mesmo, em auto esforçado e oportuno nome de ir fotografar _ mas a partir de que quer o acto quer o resultado fotográfico propriamente ditos me resultaram algo essencialmente satisfatório e natural.  

VB  

4 comentários:

  1. Imagino que seria o lugar ideal para escutar o seu jeito de bem falar!!! Bj

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A verdade é que, e ainda assim apesar de minhas muitas lacunas inerentes, escrevo melhor do que falo, que de resto até talvez escreva (muito) porque falo pouco. Mas de qualquer modo "o lugar é ideal" para uma qualquer convival conversa, melhor se entre interlocutores que saibam "bem falar"! :)

      Obrigado, minha amiga

      Beijo

      Eliminar
  2. Uma imagem muito bela, vibrante, convidativa, e apelativa... e que nos remete para nos envolvermos... em tudo o que nos rodeia... de positivo, e/ou menos bom... e que nos devolve a paixão pela vida... tal como ela se apresenta...
    Um grande abraço!
    Ana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado minha amiga, de facto esta imagem veio na sequência da minha tentativa de primeiro justificar e depois compensar positivamente algo que para mim foi um verdadeiro sacrifício... para com o que salvo a imodéstia, ao menos de mim para mim mesmo, creio que a justificação e a compensação valeram muito a pena, se acaso tão só pela foto acima... tanto mais assim se esta última toca e/ou inspira positivamente outras pessoas como na circunstancia a Ana... caso para dizer "há males que vêm por bem!" ;)
      Abraço
      VB

      Eliminar